segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Testemunho do Músico Cristão

A Paz do Senhor.


Bom irmãos venho atravez de esta carta dar meu testemunho de vida e agradecer
a todos vocês pelas orações, porque foram essas orações e esse clamor em meu favor
que me deram a vitória de hoje poder estar em casa outra vez e podendo estar na casa de
DEUS onde sei que é meu lugar.
No dia 10/06/10, fui intimado a comparecer a Delegacia na Cidade onde resido
no dia seguinte 11/06/10 por causa da minha carteira de motorista, no dia seguinte
então como todos os dias faço, me levantei arrumei minha comida e minha bolsa para
ir trabalhar, porque pensei que seria coisa rápida na delegacia, achei que seriam só
algumas perguntas, então arrumei a bolsa e fui pra delegacia sem medo algum, com a
consciência limpa, pois nunca me envolvi com nada que pudesse me incriminar, mas
nunca imaginei que estava prestes a receber uma noticia nada agradável.
Chegando lá esperei o investigador chegar, esperei tranqüilo, então o investigador
chegou, e adentrou a delegacia na sua sala, até então ele não tinha me dito nada, e
depois de algum tempo ele voltou e perguntou meu nome e respondi a ele, e daí ele me
disse que a situação não era nada favorável a meu favor, e eu perguntei a ele o porque
disso, e ele me respondeu, “Cleiton você têm um mandado de prisão correndo desde
2008 de um homicídio ocorrido no Paraná”, na hora em que ouvi isso fiquei sem ação,
a minha única reação na hora foi me sentar e comecei tremer, fiquei sem chão, não
acreditava no eu estava ouvindo, ai o investigador começou a falar os direitos que eu
tinha, a um advogado e etc.
Depois eu liguei pra minha tia pra ela avisar pro meu pai sobre o que estava
acontecendo e pra ele ir lá à Delegacia porque minha mãe e minha irmã estavam na
Cidade visinha e eu não tinha como falar com elas, passou um tempo meu pai e minha
tia chegaram lá, e contei pra eles o que estava acontecendo, eles ficaram chocados
porque como falei eu nunca em minha vida me envolvi com nenhum tipo de problema
com á policia graças a DEUS, ai liguei também pro Pastor Israel Cardoso que cuida da
IAP aqui, ele estava muito ocupado com a preparação do PIJ que aconteceria no dia
seguinte dia 12/06/10 sábado, ele falou que o mais rápido estaria lá, passou uma meia
hora ele chegou na Delegacia, e contamos pra ele, ele se assustou porque ele conhece
muito bem a mim e a minha família, ai ele já entrou em contato como os Pastores
em Curitiba para ver o que eles poderiam fazer em meu favor, eles conseguiram um
advogado lá pra mim e a patroa da minha mãe contratou outro aqui onde moramos
porque só o advogado podia entrar pra me visitar no presídio, e meu pai naquela sexta
feira foi falar com vereador de nossa cidade, ele nos conhece desde de que chegamos
aqui, ai ele foi lá na Delegacia e perguntou ao delegado o que poderia ser feito e o
delegado disse assim:” Nem eu, nem vocês podem fazer nada porque o processo é em
outro estado”, então mais ou menos ao meio dia minha mãe chegou lá , quando a vi
chorei muito, quando eles estavam me levando ela me disse assim:”Meu filho Deus é
Amor, más também é fogo consumidor e logo eu seria solto”.
Então, quando eram uma 14h30minh me levaram pro presídio, passaram tantas
coisas pela minha cabeça, tipo o que aconteceria comigo lá dentro, chegando ao presídio
logo me revistaram e me perguntaram um monte de coisa e fizeram meu registro, e eles
me explicaram como eram ás coisas lá dentro, como chamar os agentes e etc., e logo me
algemaram e colocaram em mim marca passo também, irmãos foi um constrangimento
muito grande sabe, quando qualquer preso chega ao presídio ele é levado á Ala chamada
de Máxima é tipo um castigo, ai me colocaram na cela 8 com mais seis lá dentro, ai
imaginem vocês o que passou pela minha cabeça, num lugar frio com pessoas que
você nunca viu em sua vida e pessoas que você sabe que estão ali porque cometeram
delitos graves perante a Lei dos homens. Então dentro da cela eles começaram a me
perguntar o porquê de eu estar preso, e eu respondi a eles, que eu não tinha feito nada,

falei que um fugitivo do estado do Paraná tinha conseguido falsificar meus documentos
não sabia como e eu estava preso no lugar dele, ai achei um cantinho dentro da sela e
me sentei e comecei a chorar, chorar, chorei muito por que não sabia o porquê de eu
estar naquele lugar... E já estava anoitecendo e estava muito frio e eu sem blusa, sem
toalha para tomar banho, então um dos que estavam comigo lá por nome Anderson
me emprestou uma blusa e cortou pela metade a tolha dele e me deu, ali aprendi uma
lição irmãos, vi uma pessoa que nunca vi em minha vida fazer algo tão simples, mas ao
mesmo tempo um gesto muito lindo, vi ali que DEUS estava ao meu lado. A primeira
noite praticamente não dormi, até porque passei muito frio naquelas primeiras noites
que passei lá, quando amanheceu o Sábado me desesperei, porque eu sabia que todos
estavam no PIJ bem pertinho de mim e eu não poderia estar junto com eles, eu estava
muito ansioso pra participar do PIJ, porque eu sabia que eu iria conhecer muitos jovens
de varias IAPs e porque eu sabia que minha namorada iria estar lá hehehe.
Eu Sabia que assim como eu estava sofrendo, aqui fora minha família e irmãos
da IAP e muitos estavam sofrendo junto comigo, irmãos acho que eu nunca tinha
chorado tanto em toda a minha vida. Então passou o sábado e eu naquele lugar com
aquelas pessoas, sem ter pra onde ir, sem nem mesmo poder me movimentar direito. No
domingo mais tristeza e choro, na segunda-feira foi que recebi um colchão, cobertor,
roupas e um pouco de alimento que meus pais tinham mandado para mim no Sábado
mas eles só me entregaram na Segunda.
E a 1° semana foi passando até que chegou o sábado seguinte, ai mais tristeza,
por quê, eu sabia que se eu estivesse em casa eu estaria me arrumando no sábado de
manhã para ir pra Igreja, ai mais choro, e minha rinite atacou demais nos dias em que
passei lá, eu tenho muita alergia, e lá dentro a maioria dos detentos fumam cigarro, mais
também fumavam maconha e até craque, isso fez com que minha alergia só piorasse,
eu não conseguia respirar direito. Na 2° semana lá dentro um dos meus colegas de sela
começou com uma ameaça contra mim, ele disse assim pra mim: ”Cleiton, como

você é primário e ninguém aqui no presídio te conhece, quando vier teu
alvará de soltura eu vou sair no teu lugar,” eu não falei nada pra ele naquele

momento pra não arrumar confusão pro meu lado, ai passou aquele dia e no dia seguinte
meu advogado me visitou e contei tudo a ele, logo após a visita do meu advogado
o Agente me chamou novamente e disse que eu tinha uma visita, pensei que era o
advogado outra vez, quando cheguei na sala de visitas era uma irmã da igreja que faz
trabalho com as detentas no presídio, até a ultima semana em que eu estive preso essa
irmã me ajudou muito indo me visitar, também porque ela sempre dava noticias da
minha família e sobre o processo todo aqui fora.
Na sexta feira da 2° semana fui trocado de galeria, passei da galeria E para a
galeria B, quando cheguei nessa galeria me assustei, porque comigo seriam 13 na
mesma sela, ai mais desespero né, cheguei lá já era sexta a tardezinha, naquela noite
não dormi nada, pois eu estava muito assustado, no Sábado então era dia de visita na
galeria B, eu arrangei um cantinho na Quadra que lá tem e me sentei e comecei a ler
a Bíblia, minha rinite estava muito atacada naquele dia, numa certa hora da manhã
daquele Sábado eu comecei a chorar muito pensando na minha família, porque a
maioria dos outros detentos estava com algum parente visitando eles e eu ali naquele
lugar praticamente sozinho, ai eu pedi a DEUS assim: ”Deus, por favor, me mande

alguém que eu conheça aqui hoje, porque eu não agüento mais este lugar
Meu DEUS”, logo após ter pedido isso a DEUS, a tarde umas 13h30min daquele

mesmo Sábado, olhei para o meu lado direito então vi a irmã Marlene que tem um filho
preso onde eu estava, quando ela me viu ela me abraçou muito forte e choramos muito,
para mim aquele Sábado já foi muito melhor do que os outros dias em que lá eu estive
ai ela me contou tudo o que estava acontecendo aqui fora, me falou como estavam meus

familiares, minha namorada, os irmãos da IAP, e ela me contou tudo sobre como todos
os irmãos da IAP no Brasil e fora do Brasil estavam clamando em meu favor, naquele
momento tive muito mais certeza que DEUS estava do meu lado.
Então aquele fim de semana se findou e começou mais semana em que ansiedade
aumentava cada dia mais e mais, sem dormir direito a noite, mas DEUS estava
trabalhando, recebi então mais uma visita da irmã que faz trabalho com as detentas no
presídio, e era muito bom falar com ela, e ela me contava sobre os pedidos de liberdade
que o Juiz negava, entrei na 3° semana naquele lugar, os dias iam passando e eu ia me
desesperando e dentro da cela eles fumando muito cigarro, maconha e craque; e eu
sempre participando dos cultos que alguns detentos fazem lá dentro, isso me acalmava
muito.
A comida lá dentro é muito ruim, ás vezes muito salgada, ás vezes sem sal algum,
más eu tinha que comer porque se não eu iria morrer de fome lá dentro. Graças a DEUS
naquela semana a irmã da Igreja continuava a me visitar, isso foi me ajudando muito
cada dia que eu passava lá; e chegou mais um fim de semana, mais um dia de visita,
graças a DEUS a mãe do Rudnei que era meu colega de cela me dava muita força, ela
foi como uma mãe pra mim.
Enfim, á 4° semana, naquela semana na quarta-feira eu fui chamado pelos
agentes para fazer uns registros, até então eu não sabia para que eu estava fazendo
aquilo, na quinta-feira então, era umas 15:00h, fui chamado pelos agentes outra vez,
me algemaram e me dirigiram a uma viatura, fiquei meio preocupado, então saindo do
presídio, os dois policiais que estavam me levando começaram a conversar comigo, e
eu perguntei a eles onde eles estavam me levando, e eles me responderam que estavam
me levando para a central de Policia de Criciúma, para falar com o Delegado Airton
Ferreira, ele me ajudou muito na minha saída.
Chegando à delegacia, me encontrei com esse delegado, e comecei a conversar
com ele, ele me tratou super bem, ele me falou que a patroa da minha mãe iria também
lá à delegacia e minha mãe também, nossa fiquei muito feliz porque depois de 27 dias
eu iria reencontrar minha mãe, primeiro chegou a Patroa da minha mãe, e ela começou
a conversar comigo, gente ela parecia minha mãe me acariciando, e ela me dizia que
estava fazendo o possível e o impossível para me tirar daquele lugar, um tempo depois
minha mãe chegou, imaginem o choro, que alegria senti naquele momento, minha mãe
contou que tinha um Juiz do Mato Grosso que estava no caso também, ela me contou
do que muitos irmãos estavam fazendo em meu favor, fiquei muito feliz por tudo o que
estava acontecendo aqui fora, então fiz meu depoimento junto ao delegado, ele tirou
fotos minhas e me falou que iria mandar tudo aquele material para a justiça do Paraná
e também iria ligar pra lá, depois disso foi chamado um jornal local da cidade aqui,
contamos a história pros jornalistas eles tiraram algumas fotos também.E depois disso
tive que me despedir da minhá mãe e dos patrões dela, não foi fácil, más tive a certeza
que muito em breve eu estaria de volta a minha casa, naquele dia já eram umas 19
horas, cheguei no presídio e os detentos que estavam comigo até acharam que eu já ido
embora.
Então chegou mais um fim de semana, a visita seria no domingo, e eu estava
muito ansioso porque meu pai iria lá me visitar, então chegou o domingo, e meu pai
chegou, nossa choramos muito, aquele domingo foi muito bom pra mim, porque passei
praticamente o dia inteiro com meu pai; meu pai me disse que esperava que eu saísse
no máximo até a terça-feira daquela semana, então meu pai foi embora, e começou a
semana novamente, e passou a segunda-feira, e a terça-feira e na quarta-feira a tarde
meio desesperado, chegou a irmã pra me visitar novamente, e conversei muito com a
irmã, e em um certo momento da nossa conversa ela me falou assim: “Quem sabe você
não sai amanhã né Cleiton.”
Então, me despedi dela, o agente veio tirou minhas algemas e voltei pra cela,

então chegou a quinta-feira, aquele dia eu estava muito angustiado, me deitei num canto
lá e chorei me perguntando quando eu iria sair de lá, quando chegou as 17 horas fui
chamado pelos agentes novamente, eu fiquei meio preocupado, ai me levaram para a
Jurídica que é um setor que tem dentro do presídio, ao chegar lá me encontrei com o
Delegado Airton, cumprimentei ele então entrei na sala da Jurídica e o rapaz me deu
três folhas para assinar, e perguntei a ele sobre o que se tratavam aqueles papéis, e ele
me respondeu:”Este papel é o teu alvará de soltura”, irmãos é inexplicável o que eu
senti naquele momento, a alegria era muita mesmo, ao sair la de dentro, no portão na
frente do presídio estavam lá, A patroa da minha mãe, o Pastor Israel, o Toninho um
irmão da IAP aqui e o pessoal do Jornal,a alegria foi muito grande. Irmãos geralmente
quando a pessoa recebe o seu alvará de soltura, ela ainda espera uns três dias ainda para
sair, mas eu pra honra e glória de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo sai no mesmo
dia em que o alvará foi enviado ao presídio, ou seja, era pra mim ter ficado ainda mais
um fim de semana lá dentro. Mas DEUS não deixou, irmãos amados.
Saindo de lá então, a patroa da minha mãe me levou pra casa, dentro do carro dela
só faltou ela soltar fogos de artifício, era uma festa só, irmãos enfim, depois de 34 dias
cheguei em casa, ao descer do carro minha irmã estava me esperando no portão de casa,
o abraço que nos demos, foi muito forte, ai mais choro né. Daí pra frente só alegria.
Na sexta-feira a noite os irmãos da 1° e 2° IAPs aqui me fizeram uma surpresa, ai
sim com fogos e cartazes de bem vindo. E daí pra frente graças a DEUS esta tudo bem,
fiz uns exames para ver como estava de saúde e graças a DEUS estou bem pra Honra e
Glória de nosso DEUS, e eu agradeço a DEUS todos os dias porque foi só pelo agir de
DEUS e atravéz das orações de todo o povo de DEUS que eu estou livre porque mesmo
eu sendo inocente o mínimo para mim ficar lá era de 1Ano, mas graças a Ao Senhor
Nosso DEUS fiquei só 34 Dias.
Irmãos mais uma vez agradeço a cada um de vocês, e em especial ao Diego e a
Daysa que entre outros me ajudaram muito, e irmãos meus que DEUS dê tudo em dobro
a vocês as bênçãos que recebi...

A Paz Do Senhor

Abraços

Ass: Cleiton Borges Dos Santos

Um comentário:

  1. Que história interessante a do Cleiton... ainda estou digerindo... obrigada por ter compartilhado aqui, acabo de chegar, encontrei o blog através do Genizah e tô gostando muito da variedade de temas! Tanto que já estou seguindo!
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    Parabéns, que Deus continue abençoando este projeto!

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